Say hi and then goodbye

Ele acordou com sono. Fudidamente com sono. Dormiu uns dez minutos além do que devia, mas enfim, ninguém no trabalho está contando muito se ele chega dez minutos ou duas horas atrasado. No dia anterior ele faltou no turno na manhã e ninguém sequer soltou um pio sobre a ausência dele.

No entanto, foi ele chegar e já não o deixaram em paz. Nada muito difícil, nada que o fizesse se animar mais além do que enfiar os fones no ouvido, socar o Scotch Mist no Ipod e disparar umas trinta linhas no Word. Coisa que ele terminou antes mesmo que Videotape encerrasse o vídeo.

Nenhum pensamento muito profundo passou por sua cabeça naquela manhã. Nada muito elaborado. Talvez uma divagação breve sobre o dia bonito que estava lá fora, cujos raios de sol tentaram passar pelas lentes de seu óculos de sol na hora que ele foi comprar um pão de queijo e um suco de laranja. Ele pensou nas coisas boas que ultimamente vieram a acontecer com ele, mas logo tentou suprimir a sensação com alguma insatisfação e/ou meta que ainda não foi alcançada. Feliz, mas não eufórico. Coisa rápida, e ainda o Radiohead bombava nos fones de ouvido.

De volta à frente do computador, entrou Videotape. Ele chorou por dentro. Ninguém viu. Ainda bem.