Say hi and then goodbye

quarta-feira, março 08, 2006

 
Texto de 12 de setembro de 2005, postado para meus dois amigos Charles e Maicon.

Leandro Miguel Souza to mrgraeff, charles.ged 9/12/05

Toda vez que eu assisto a um filme, espero que minha vida mude alguma de forma. Não que isso aconteça sempre (para ser sincero, isso é bem raro). Mas quando isso acontece, eu realmente percebo. No entanto, quero deixar bem claro: nem sempre quando eu gosto bastante de um filme, isso quer dizer que ele tenha mudado minha vida. São duas coisas bem distintas. Mas eu realmente percebo quando minha vida mudou por causa de um filme. Claro que isso ocorre em determinadas escalas. Clube Da Luta mudou minha vida de uma forma drástica, mudando completamente a minha visão do mundo. Magnólia complementou minha visão de mundo, mostrando coisas inéditas para mim. E olha que eu apenas devia ter uns 15 anos de idade. Embriagado de Amor caiu na minha cabeça como uma bomba, coincidindo com a época em que mais estive apaixonado na minha vida, e consequentemente, mudando-a. Encontros e Desencontros me mostrou que nem sempre o amor é possível. Sideways me deu um fio de esperança no amor e nos amigos. Talvez o cinema seja mesmo mais do que diversão. No meu caso, acho que conheço mais sobre a vida por causa dos filmes do que por vivência própria. Talvez deva ser por isso que eu não saiba me relacionar direito com as pessoas. Como já devo ter dito um milhão de vezes, tenho um medo terrível de pessoas. Não consigo me relacionar muito bem com elas. E sempre quando eu tento, acabo me fodendo de alguma forma. Não sei como ainda consegui manter meus amigos por muito tempo. Mas sei que o que nos liga, às vezes não passam de simples interesses em comum, que em determinados momentos são coisas que me parecem tão banais. Não acredito que essas sejam as verdadeiras intenções e razões das pessoas de relacionarem. Interesses comuns. Isso pode qualquer coisa. Mas que merda, isso não importa agora.



O que importa é que acabei de ver um filme que mudou a minha vida. Ou que veio no momento certo. Justamente num fim de semana onde revi minha posição de SOZINHO NESSA PORRA DE PLANETA ONDE TODO MUNDO DIZ QUE VOCÊ NÂO DEVE FICAR SOZINHO. E não, não é um romance. É CRASH. Nem sei como esse filme vai se chamar por aqui. Mas também isso não importa. O filme é sobre pessoas, talvez a coisa mais significativa que exista por essas plagas. Afinal de contas, é o que mais tem, não é? É um filme sobre a maldita incapacidade das pessoas se comunicarem entre elas. É um filme sobre a maldita incapacidade das pessoas entenderem que ninguém é igual a ninguém. É o que eu acredito. Acho que a maioria das pessoas não sabe. Pode ser que ninguém saiba. E se alguém descobriu, não contou pra ninguém. Eu ainda não descobri. Só sei que vi O MUNDO INTEIRO encapsulado num período de duas horas e personificado em cerca de uns 15 personagens. Vi que não é fácil. É engraçado, é doloroso, é insuportável. Exatamente o que eu sinto quando me vejo compelido a entender uma realidade a qual eu não pertenço, ou a que não estou condicionado a viver dentro. Até consigo fingir que sei ser sociável, mas me sinto mal ao fazer isso, por que no final nas, esse fingimento me torna diferente de mim mesmo. E nunca acabo me sentindo seguro para me aproximar de alguém, o que me torna ainda mais patético. Coisa horrível, não?



Mas sabe o que é pior? Creio que não me sinto mal ao estar sozinho. Não me sinto mal mesmo. Me sinto mal mesmo por ver todo mundo com alguém, parecendo que o certo é você ter uma pessoas ao lado. Mas ao pensar direito, lembro do Donnie Darko e também penso que eu não quero morrer sozinho. E até hoje, em certa forma, sempre fui, e acabei me acostumando a ser solitário. Isso não é bom. E não sei o que fazer para mudar. Cada vez me isolo mais, cada vez me torno mais sozinho, cada vez mais deprimido. E também não sei onde chegarei desse jeito. Já tentei sair dessa situação algumas vezes, mas toda vez levei merda na cabeça. E sou um cara que desiste facilmente. Em tantas outras situações, até que sou mais confiante e esperto. Mas no que tange à relacionamentos, sou um zero à esquerda. E por enquanto, não adianta tentar puxar as pessoas para perto de mim, porque logo em seguida darei um jeito de empurra-las para longe. Nem sei porque estou escrevendo isso para vocês. Deve ser porque eu considero vocês meus melhores amigos. Deve ser porque eu sou um idiota.



Mas CRASH pelo menos me lembrou uma coisinha. Não dá pra deixar de ter fé nas pessoas. De repente uma hora eu aprendo a lidar com elas. Falou amigos. Um abraço.

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